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Artists Alley CCXP

10 artistas que não estavam no Artists Alley da CCXP 2022

Melhor espaço da CCXP, o Beco dos Artistas levou quase 500 quadrinistas este ano, entre estrelas estrangeiras e brasileiros independentes, mas teve MUITA gente boa que NÃO foi…

Por THIAGO CARDIM

“Ah, como assim você NÃO vai na CCXP este ano?”. Esta foi uma das perguntas que eu mais ouvi nos últimos meses, de diferentes pessoas e por diferentes motivos. Pois não só a gente não ia como a gente NÃO FOI, aliás. Legal, volta do evento presencial, aquela coisa toda. Mas tivemos a nossa credencial como veículo de imprensa negada (assunto pra outro dia…) e simplesmente não tínhamos grana pra gastar num ingresso (ah, você acha que a gente ganha dinheiro com o Gibizilla? Sei…). Mesmo assim, em toda conversa sobre o assunto, eu fazia questão de reforçar – se desse pra comprar um ingresso mais barato pra ir SOMENTE no Artists Alley, sem estandes, sem painéis, nada do tipo, eu comprava FÁCIL.

Verdadeiro coração da CCXP, o Artists Alley (por vezes chamado de Beco dos Artistas, como eu aliás prefiro) que virou Artists Valley costuma ser o espaço que mais rende não apenas pra quem produz conteúdo, tanto analisando sob a ótica racial quanto da diversidade de gênero, por exemplo, mas também para quem produz GIBIS, sendo um verdadeiro escoadouro da maior parte das campanhas de financiamento coletivo do segundo semestre. Em sua coluna no Omelete, o Érico Assis ouviu alguns artistas para saber o quanto a experiência valeu a pena, financeiramente – e teve gente que ganhou muita bufunfa, teve quem ficou no zero a zero e, claro, gente que vendeu bem menos do que esperava e acabou ficando no prejuízo, entre custos de viagem, hospedagem, custo da mesa, impressão dos materiais e alimentação.

A inspiração da matéria escrita por Assis veio de uma thread do Twitter escrita pela quadrinista Cora Ottoni (da Graphic MSP da Denise), com o objetivo de provocar os colegas artistas a respeito do assunto “organização financeira”. E justamente a questão da grana é responsável, em um ano que teve uma porrada de eventos como Butantã Gibicon, Poc-Con, Perifacon e até a Feira Ogra, da Ugra Press (isso só pra citar os de São Paulo, sem mencionar os MUITOS em outras partes do país, como a Santos Comic Expo), por muito artista que NÃO foi no evento. Gente talentosa que não tinha grana pra investir na estrutura (que, lembrando, vai muito além de APENAS o valor da mesa), não foi aceita, não ia conseguir estar em SP… Motivo não falta.

Fiz esta provocação nas redes sociais e acabei presenteado com os nomes de alguns artistas que não puderam dar as caras no Artists Alley-Artists Valley da CCXP. Separei uma listinha humilde aqui, mas desde já aceito, tanto nas próprias redes quanto nos comentários aqui no final da matéria, de outros nomes que não puderam comparecer lá mas que merecem ser apreciados, antes de tudo. ‘Bora fazer um imenso – eu gostaria, quem sabe – Artists Alley virtual. E permanente, diga-se.

Ah, sim, fundamental – este link aqui reúne todos os muitos textos sobre QUADRINHOS NACIONAIS publicados aqui no Gibizilla.

‘Bora!

Artists Alley CCXP
Artists Alley CCXP

ALE SANTOS
Quem é do mundo do rock, com certeza já tá ligado no trabalho do Ale, cuja arte pode ser vista nos livros e gibis da editora Estética Torta. Ele é inclusive o ilustrador da ótima adaptação do álbum conceitual Temple of Shadows, do Angra.

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ALEXANDRE BARBOSA (Bar)
Bom, quem acompanha o Instagram ou o Twitter do Gibizilla, deve ter visto que eu recomendei “Raios e Gritos”, cuja primeira edição eu comprei na Santos Criativa Festival Geek. É uma bela antologia, com o objetivo de lançar os personagens da Kaiju Editora. Informação relevante – o Bar, que capitaneia a Kaiju, foi da banca do meu TCC na faculdade, hahahaha

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BRUNO BRUNELLI
O Bruno já é presença constante aqui na prateleira de casa e, este ano, ele lançou “Pelintra”, que nós apoiamos via Catarse, aliás. Ele faz uma série de lindos trabalhos inspirados nas religiões de matrizes afro-brasileiras.

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CRISTAL MOURA

“Professora de artes, tatuadora, quadrinista e artista visual potiguar que adora experimentações tanto nas artes quanto na culinária”. Esta descrição que ela faz de si mesma no Deviantart já seria interessante o suficiente, mas basta ver as artes de terror e ficção científica que ela fez e faz pra curtir de vez.

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DANIEL BRANDÃO
Quadrinista, ilustrador, professor de arte e diretor do estúdio que leva seu nome, o Daniel lançou recentemente, via Editora Trem Fantasma, uma HQ com roteiro de Marcello Fontana. Em “Álbum da Copa – 82”, só faltava uma figurinha para o Renatinho completar seu álbum Ping Pong, enquanto para a Seleção Brasileira bastava um empate contra a Itália…

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ELSON JUNIOR
Natural de Praia Grande, o Elson se define como um “sketch-card artist” – e, definitivamente, ele se daria bem demais no mundo dos prints e comissions lá da CCXP. Ele fez uma série bem saborosa de rostos do crossover “Crise nas Infinitas Terras” lá do canal CW, por exemplo.

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LUIS CARLOS SOUSA
Escritor, quadrinista e professor, ele publica toda terça, no jornal O Povo e também no Instagram, a tirinha “30 e Tantos”. E, ao lado do Rafael Dantas, lançou recentemente, dentro do Escafandro da editora Ultimato do Bacon, a space opera steampunk “Miss Hyde”. Num fantástico futuro, Alice Hyde, herdeira do famoso Dr. Jekyll de “O Médico e o Monstro”, é uma caçadora de recompensas intergaláctica com a missão de entregar uma caixa a um misterioso cliente…

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MILENA AZEVEDO
Uma querida e, por óbvio, roteirista de mão cheia. Tive a honra, aliás, de escrever o prefácio de seu “Penpengusa”. O lançamento desse segundo semestre é a HQ “Oscar e o Pan de 87”. Uma homenagem aos 35 anos da conquista histórica da seleção de basquete, desenvolvida pela Memorabilia do Esporte em parceria com a editora Ultimato do Bacon. Ilustrações de Isaque Sagara.

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SAM COZA
Outro talento lá da Baixada Santista (nepotismo, a gente vê por aqui), também envolvido com a galera da Kaiju e figurinha carimbada da Gibiteca da cidade de Santos. O Instagram dele é repleto de sketches muito legais, com um traço de gibi bem classicão.

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VICTOR FREUNDT
Não dava pra deixar de encerrar com um chapa tão do coração da gente quanto o Victor. Quem acompanha o site já o viu dando as caras por aqui, com sua estética de horror e sua linguagem trash arrasadora. Os trampos que ele faz com o amigo Bruno Bispo, todos, são MUITO do caralho e merecem a sua leitura – desde que você não tenha estômago sensível, claro…

Leia a entrevista que fizemos com ele aqui no Gibizilla


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