Jornalismo de cultura pop com um jeitinho brasileiro.

Filmes de terror fora da visão ocidental de mundo

Nem toda bruxa precisa seguir aquele estereótipo europeu. Nem todo demônio tem que se encaixar naquele gostinho do livro sagrado cristão. E nem todo monstro tem a necessidade de parecer ter saído da cabeça dos mesmos homens brancos de sempre. Existem outros horrores que vale a pena explorar.

Por GABRIELA FRANCO

Quando a gente fala de filmes de terror, geralmente nestas listinhas de favoritos que pintam em toda época de Halloween, além daqueles de sempre, entre Jason, Michael Myers, Chucky e Freddy Krueger, acabam sempre pintando umas novidades interessantes. O terror, diferente do que muita gente diz, é um gênero que tá sempre se renovando de alguma forma.

Uma coisa, no entanto, que costuma mudar MUITO pouco é que, entre clássicos e novidades, chega a ser uma raridade termos algum tipo de olhar fora do eixo Estados Unidos-Europa. Aí, aproveitei esta sexta-feira PRÉ-FERIADO de Dia dos Mortos, junto com Beltane/Samhain, um final de semana auspicioso – bom para rituais mas também pra relaxar e assistir uns filminhos numa pegada meio off-Hollywood.

Separei algumas produções que abordam narrativas relacionadas ao Oriente Médio e publiquei lá no meu Instagram das bruxarias, A Bruxa de Endor, mas achei legal também trazer aqui pro Gibizilla.

Vale experimentar outros olhares!

DACHRA (2018, Tunísia)

Direção – Abdelhamid Bouchnak.
Estudantes de jornalismo vão investigar a história de Mongia, uma mulher presa num asilo há 20 anos acusada de bruxaria, o que os leva à uma sinistra Dachra (vila), que eles nunca poderiam imaginar que existisse. Baseado em uma história real.

SICCIN (2015, Turquia)

Direção – Alper Mestçi

Oznur é uma bela jovem mas é perdidamente apaixonada pelo primo Kudret que é muito bem casado e feliz. Oznur decide então fazer um ritual de magia negra antigo para fazer com que Kudrut se separe e fique com ela. Mas as coisas acabam saindo do controle.

WARDA (2014, Egito)

Direção – Hadi El Bagoury

Walid, é um influencer famoso do Cairo que retorna à sua casa no interior do Egito a pedido da família. Ele está decidido a documentar e investigar acontecimentos estranhos que vêm perturbando sua família desde a morte de seu pai.

DJINN (2013, EUA-Emirados Árabes)

Direção – Toby Hooper

Um jovem casal árabe retorna ao seu país de origem depois de muito tempo fora e muda-se para um apartamento em um prédio na cidade de Ras al-Khaimah, uma vila de pescadores. Começam a achar o comportamento dos vizinhos bem estranho. Ao mesmo tempo, um turista americano ouve histórias sobre os temidos Djinn, os espíritos trapaceiros de origem árabe que povoam o imaginário cultural de muitos contos ao redor do mundo.

THE GOLEM (2018, Israel)

Direção – Doron Paz

Para proteger sua aldeia de judeus ortodoxos durante uma pandemia (!), uma camponesa lança mão de um encantamento judaico antiquíssimo. Mal sabe ela que despertou um mal ancestral muito pior do que a praga que assola o local.

THE VIGIL (2021, EUA-Israel)

Direção – Keith Thomas

Conta a história de um jovem membro de uma comunidade ortodoxa que precisa velar o corpo de recém-falecido em uma shemira (ritual de velar o corpo) durante a madrugada e é perturbado por forças sobrenaturais durante o processo. Uma das poucas produções gravadas em Yiddish.

POSSESSÃO (2012, EUA)

Direção – Ole Bornedal

Apesar de ser produção americana, coloquei esse na lista por ser um dos poucos filmes que abordam o ritual de exorcismo judaico, Uma criança se encanta com uma caixa antiga em uma venda de garagem e pede para o pai comprá-la sem saber que a caixa é um meio de aprisionar um dybbuk, um espírito maligno judeu. Baseado em um caso real de um homem que comprou uma caixa semelhante via E-Bay. No elenco, o astro Jeffrey Dean Morgan (o papai de Supernatural) e o rapper israelense Matysiahu.