13 bandas pra renovar a sua playlist de Metal Espadinha
Chame você de power metal, de metal melódico, tanto faz: temos aqui umas sugestões de bandas mais atuais para reciclar a sua lista de sons épicos e bombásticos, repletos de guitarras cantantes, melodias fofas, bumbos duplos e refrões irresistíveis
Por THIAGO CARDIM
Eu falei em 2017, lá no JUDÃO.com.br, e depois atualizei em 2021, aqui mesmo no Gibizilla, a respeito da ressureição do chamado METAL ESPADINHA. É, sim, vamos falar sobre isso e, se você não gosta, tá tudo bem, tá mais do que em tempo de apertar o botão “voltar” e ler mais uma das MUITAS matérias aqui do site sobre cinema, quadrinhos, séries, o pacote completo.
Dito isso, pra quem não faz ideia do que diabos é este gênero musical que teve um baita ápice de popularidade entre os jovens metaleiros na década de 1990, eu evoco as minhas próprias palavras pra explicar:
Pegue o heavy metal clássico, acrescente uma dose extra de melodia e velocidade, decore com um aspecto ÉPICO e está praticamente pronta a fórmula. A parada aqui é aquela sonoridade sim, acelerada, mas que está numa escala totalmente distante dos tipos mais extremos de heavy metal como o black metal, aliás. Tamos falando de faixas que flertam com o sinfônico e o neo-clássico. Um metal bem mais melódico, de vocais mais limpos e quase operísticos, com corais, passagens orquestradas, guitarras cantantes, refrões grudentos, bateria de bumbo duplo, teclados a 100 km/h. Há quem diga que os temas destas bandas circulam, em 99% dos casos, basicamente em torno de fantasia medieval com dragões, guerreiros, magos e a porra toda, na maior tradição do menino Tolkien – por isso, inclusive, o carinhoso nome de “metal espadinha”. Mas sejamos honestos, hoje o que não falta é banda de melódico falando de muitos outros assuntos. Filosofia, literatura gótica, ficção cientifica, um tantinho de política…
Tá claro? Pois então. Pra quem curte, estamos vivendo uma espécie de “renascença” do metal espadinha, com uma série de novas e empolgantes bandas surgidas nos últimos anos. Ou seja, já dá pra dar uma BOA renovada nas suas playlists aí. Claro que é sempre uma delícia escutar Blind Guardian, Stratovarius, Kamelot, Hammerfall, Freedom Call, Primal Fear, Avantasia, Sonata Arctica, Sabaton, Powerwolf, as muitas versões do Rhapsody – e, obviamente, os pais do estilo, os alemães do Helloween. Só que tem muito mais coisa neste universo.
Se liga aí nestas 13 dicas que o pai aqui vai compartilhar com vocês, em ordem alfabética. Aperta o play e solta a voz!
Angus McSix
Talvez o caçula desta lista, é o mais novo projeto do cantor suíço Thomas Winkler, ao lado do produtor e músico alemão Sebastian “Seeb” Levermann (frontman do Orden Ogan, que também consta desta lista). O primeiro disco, “Angus McSix and the Sword of Power”, que fala sobre o renascimento da persona de palco de Thomas tinha à frente do Gloryhammer (que poderia, mas não está nesta lista por motivos de TECLADISTA ESCROTO), saiu este ano. Ao lado da guitarrista italiana Thalia Bellazecca (ex-Frozen Crown) e do baterista Manu Lotter (ex-Rhapsody of Fire), ele faz um álbum conceitual que é o mais puro creme da farofa. Desde já, um dos meus favoritos do ano.
Battle Beast
Combo finlandês surgido em Helsinki, no ano de 2008, fundado por Anton Kabanen (guitarra), Juuso Soinio (guitarra) e Pyry Vikki (bateria). Sucesso absoluto em seu país de origem, a banda passou por duas mudanças significativas, que deram a ela a cara atual: a primeira, foi a saída da vocalista Nitte Valo, em 2012, por problemas familiares – sendo substituída pela sensacional Noora Louhimo, encontrada graças a vídeos no YouTube. Três anos depois, por conta de diferenças criativas irreconciliáveis, o fundador Kabanen sairia, para formar a PRÓXIMA banda desta lista, igualmente boa. O mais recente disco do Battle Beast, “Circus of Doom”, foi lançado em 2022.
Beast in Black
Kabanen não quis deixar o metal espadinha de lado e, no mesmo ano em que saiu do Battle Beast, usou OUTRA expressão do anime Berserk pra batizar sua nova banda. Ao lado de Atte Palokangas (bateria), Yannis Papadopoulos (ex-Wardrum, vocal), Mate Molnar (Wisdom, baixo) e Kasperi Heikkinen (U.D.O., Amberian Dawn, guitarra), ele reuniu uma formação que consegue estabelecer um metal que não deixa de flertar, de alguma forma, com a música pop. Há quem diga que eles são uma espécie de “o que aconteceria se o ABBA resolvesse fazer power metal”, o que é BEM divertido se você parar pra pensar. “Dark Connection”, seu mais recente disco, é de 2021.
Bloodbound
Nascida na Suécia, a banda surgiu como um projeto de dois integrantes do Street Talk, Fredrik Bergh e Tomas Olsson – contando originalmente com as participações de Michael Bormann (Jaded Heart), Urban Breed (Tad Morose) e Pelle Åkerlind (Morgana Lefay). Nos vocais, pelo menos originalmente, estava o cantor do Tad Morose, Urban Breed. Apesar das pinturas no rosto lembrarem um corpse paint típico do black metal, eles sempre fizeram a sonoridade espadinha que tanto amamos por aqui. Em 2010, depois de algumas idas e vindas, foi recrutado pros vocais Patrik Selleby (na época, atendendo pela alcunha de Patrik Johansson), da banda Dawn of Silence. O álbum mais recente é “Tales from the North”, lançado este ano.
Brainstorm
Embora surgida entre o final dos anos 1980 e começo dos anos 1990, a banda Brainstorm sempre foi meio que um patinho feio na terra oficial do power metal, a Alemanha, ganhando um destaque mais merecido nos últimos anos. Fundada pelos guitarristas Torsten Ihlenfeld e Milan Loncaric e pelo baterista Dieter Bernert, passou por algumas mudanças de cantor na sua primeira década de formação, até então fechar de vez com o atual Andy B. Franck, conhecido também por seu trabalho com o Symphorce. A sonoridade dos caras é um tantinho mais sombria do que aquela que estamos acostumados a ouvir na comunidade espadinha, mas sem perder o aspecto melódico… O disco mais recente é “Wall of Skulls” (2021).
Frozen Crown
Outro verdadeiro berço da nação espadinha, a Itália nos deu, além de muitas versões do Rhapsody, a turma do Frozen Crown. Depois de obterem relativo sucesso com seu álbum de estreia, “The Fallen King”, saíram por aí fazendo turnês ao lado dos chapas italianos do Elvenking e dos ingleses do DragonForce. Pouco depois da parada forçada graças à COVID-19, a banda passou por uma mudança enorme de formação – e em janeiro de 2021, chegaram Fabiola “Sheena” Bellomo (guitarra), Francesco Zof (baixo) e Niso Tomasini (bateria). A sensacional Giada “Jade” Etro, no entanto, continua nos vocais. O disco mais recente é “Call of the North”, lançado ainda em 2023.
The Grandmaster
Em mais uma de suas empreitadas, a nossa querida Frontiers Records, especializada em hard rock e metal melódicos até as tampas, foi lá e juntou o guitarrista Jens Ludwig (do sempre saudoso Edguy) com o vocalista brasileiro Nando Fernandes (ex-Hangar, Brother Against Brother, atual Sinistra), gerando uma barulheira da boa. O disco de estreia do projeto, “Skywards”, saiu em 2021, e depois quase nada se ouviu falar da iniciativa. Se vai continuar ou não, se vai ser algo além de um disco único, não sabemos. Mas que é uma delicinha, isso é. Merece entrar na sua lista.
Hammer King
Outros egressos da pátria-mãe dos espadinhas, os alemães do Hammer King deram as caras pela primeira vez em 2015 – e, com os rostos pintados numa pegada meio viking, se focam em belas canções épicas e melódicas sobre batalhas e afins. Nada de muito novo. Mas o resultado é gostosinho de tudo. Nos vocais e guitarra, Titan Fox V já é conhecido de diferentes projetos, incluindo a banda solo de Ross the Boss (Manowar). A formação traz ainda dois outros companheiros de Titus no Ivory Night: Gladius Thundersword (baixo) e Dolph Aidan Macallan (guitarra). “Kingdemonium”, seu quinto e mais recente álbum, saiu em 2022.
Orden Ogan
Embora tenham surgido em 1996, com o nome Tanzende Aingewaide, e se rebatizado como Orden Ogan (mistura da palavra alemã para “Ordem” e da celta para “Medo”) no ano seguinte, o grupo fundado por Sebastian Grütling (bateria) e Sebastian Levermann (vocal e guitarra) considera que seu surgimento oficial foi apenas em 2008, quando saiu seu primeiro disco de estúdio, “Vale”. A Rock Hard Magazine chegou a chamar os caras de “único sucessor legítimo do Blind Guardian”, o que pra mim é um baita elogio. Também foi o primeiro lançamento a trazer seu mascote oficial, Alister Vale, um imortal em constante movimento mas cuja maldição deixa desgraça por onde ele passa. O lançamento mais recente da banda é o excelente “Final Days”, de 2021.
Sonic Haven
Outro projeto cunhado pela Frontiers Records – aqui, com o objetivo de dar visibilidade ao vocalista Herbie Langhans – aquele que, além de hoje ocupar o cargo de frontman do Firewind, também se destaca por seu vozeirão grave ao lado de Tobias Sammet no Avantasia (basta procurar por “Draconian Love” pra sacar do que estamos falando). Para lançar o ótimo “Vagabond”, de 2021, ele esteve acompanhado do guitarrista Carsten Stepanowicz (Radiant), do baterista André Hilgers (Bonfire, Rage, Silent Force) e do seu parça de Beyond the Bridge, o baixista Dominik Stotzem. Não é um tipo de som que vai mudar o mundo mas, sejamos francos, o resultado ficou tão legal que merece ser algo além de um disco solitário na vida.
Twilight Force
Mais do que apenas “power metal”, estes suecos são definidos pelos críticos como “symphonic power metal band”, o que é um nome bem justo, considerando não apenas as letras sobre um mundinho único de fantasia medieval como os cosplays de elfos e afins que eles usam em pleno palco. Mas eles gostam mesmo é de se definir como “adventure metal”, em especial pela inspiração direta nas histórias do RPG Dungeons & Dragons. Tal qual rolou com o Rhapsody em suas priscas eras, as letras do TW são ambientadas em um universo ficcional chamado The Twilight Kingdoms, criado pelo tecladista Daniel Beckman. O mais recente capítulo de sua saga, “At the Heart of Wintervale”, saiu agora em 2023.
Unleash The Archers
Ora ora ora, nada de banda sueca, finlandesa ou alemã. Esta turma aqui vem direto do Canadá, o que é uma origem bastante peculiar para o gênero. Formada em 2007 pela vocalista Brittney Hayes (aka Brittney Slayes) e pelo batera Scott Buchanan, a banda carregava originalmente uma predileção pelo chamado death metal melódico – que ainda está ali, de alguma forma, presente em sua sonoridade atual. Enquanto os fãs aguardam a prometida graphic novel que reuniria as histórias dos álbuns conceituais “Apex” (2017) e “Abyss” (2020), o quinteto estaria, em tese, na fase final de gravações de seu novo disco, igualmente conceitual (mas agora com uma história pós-apocalíptica) e com lançamento previsto também para 2023. Aguardamos.
Wind Rose
Estes italianos optaram por um conceito genial. Tá bom, vamos falar de fantasia medieval, vamos fazer referência ao Tolkien, a porra toda. Mas nosso foco vai ser nos ANÕES. É, que se danem os elfos lindos, loiros e esbeltos. Nossa parada são personagens atarracados, barbudos e portando belos machados. Nascia aí o chamado Dwarven Metal, um power metal com pitadas de folk metal e refrões irresistíveis (veja se consegue não sair cantando depois de ver o clipe abaixo, de uma canção originalmente escrita e interpretada pelos youtubers de games do canal The Yogscast). Francesco Cavalieri, o vocalista, muito merecia estar em alguma adaptação live-action de jogo de RPG ou algo assim, na moral. O lançamento mais recente da banda é “Warfront” (2022).