10 gibis bonitos, bem-feitos e formosos de 2022
Em um ano bastante positivo pros gibis, tanto lá quanto cá, selecionamos lançamentos variados, pros mais diferentes leitores, que talvez tenham passado longe do seu radar.
Por THIAGO CARDIM
Assim como vem acontecendo há pelo menos quatro anos, não apenas mantive uma ótima média de leitura de quadrinhos em 2022, incluindo aí boa parte da intensa produção nacional, como também tive acesso a muita coisa interessante fora do grande circuito, mantendo a minha promessa de ampliar o olhar para fora dos gibis de hominhos e também da produção norte-americana como um todo.
Claro que, vejam, não dá pra ler TUDO. Vai ter muita coisa nas listas de melhores do ano de outros sites, de outros influenciadores, que nem passaram por aqui – por mais que já estejam na minha lista de desejos a seguir. Pelo simples motivo de que a maior parte dos títulos aqui presentes a gente foi lá e COMPROU. Dinheiro do nosso bolso. Claro que boa parte das editoras costumam mandar, pra imprensa e afins, exemplares dos gibis pra análise. Mas a gente aqui recebe pouquíssimos, na real. Então, justamente por isso, acaba que alguns lançamentos tão falados, comentados, incensados, acabamos lendo com certo atraso. Paciência, né.
Importante dizer que tentei compilar aqui apenas títulos lançados em 2022 e não aqueles de outros anos mas que, eventualmente, permaneciam inéditos pra nós. Sobre eles a gente fala em outro momento.
Em tempo – quem quer acompanhar o que eu ando lendo meio que em tempo real, ao longo do ano inteiro, com pequenos comentários a respeito, é só seguir a hashtag #GibisDoGibizilla tanto no Twitter quanto no Instagram. Já a listona completa de HQs devoradas em 2022 está aqui neste board do Pinterest.
Vamos à lista – que, lembrando sempre, está em ordem alfabética e não como qualquer espécie de ranking!
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Alienaldo (Independente)
Não se deixe enganar pela produção gráfica pop, pelo uso de aliens e pelo traço cartunesco fofo: é uma das histórias mais tristes e introspectivas que li no ano. Sobre fins de relacionamentos, lidar consigo e com o passado… Gabriel Infante me pegou aqui.
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Asa Noturna (Panini Comics)
Isso é lindo em diversos níveis. Uma das melhores coisas dos gibis de heróis atualmente. É gostoso, leve, divertido, emocionante. E a narrativa gráfica do Bruno Redondo é um desbunde. É o Gavião de Fraction e Aja aperfeiçoado.
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Bom Dia Socorro (Conrad Editora)
Ow, é meio que chover no molhado falar da genialidade do Paulo Moreira. O traço simples e direto, os diálogos certeiros, a brasilidade cotidiana em cada quadro… Essa é uma história sobre o ZapZap. E eu chorei de rir. Sério.
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É o que tem pra hoje (Editora Draco)
O humor do Raphael Salimena não é o da gargalhada. É do “caralho, pior que é isso” ou então do “porra, não imaginava que ia chegar nisso”. É nonsense, é metalinguagem, é um olhar por vezes indireto e incerto sobre a nossa realidade.
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Made in Korea (Conrad Editora)
Sério, leia sem qualquer spoiler ou mesmo sinopse. Só vai. É brilhante, é genial, é comovente, é uma porrada. Ficção científica que questiona identidade e nosso lugar no mundo de maneira totalmente atual.
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Nectarina (Veneta)
Com diálogos vivos porém econômicos e muitos momentos de silêncios sensíveis, é uma história de contornos queer linda e incômoda sobre reencontros por vezes dolorosos – com nosso passado, com nossa família e com nós mesmos.
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Paulo Freire #Presente (Editora Draco)
Quatro histórias que ajudam a entender o ser humano por trás do educador e do método de ensino. O coração revolucionário que queria usar o saber como uma ferramenta de libertação. É pra ler, se emocionar, aprender e ensinar.
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Piratas do Cangaço (Zapata Edições)
O sertão que virou mar do Al Stefano já tinha sido uma sacada e tanto, misturando piratas com cangaceiros. Mas o fato dos personagens serem todos antropomorfizados é genial, tornando tudo ainda mais estranho e fascinante. Amei.
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Sonhonauta (Conrad Editora)
Numa trama em que o protagonista não sabe o que é sonho ou realidade, o autor brinca com diferentes traços, técnicas, narrativas, enquadramentos. Coisa linda de ver. Aula de quadrinhos.
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Terapia Vol II (Independente)
Acho que todo leitor desta HQ (que se encerra aqui de forma intensa e emocionante) já teve a sensação de passar por sua própria terapia ao lê-la. Me peguei fazendo pra mim mesmo estas questões do Garoto. E ainda sem resposta.
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